"Contra a ditadura do audiovisual": Ici Azur e France 3 Côte d'Azur em greve ilimitada contra a proposta de fusão dos serviços públicos de audiovisual da Rachida Dati

Em defesa da radiodifusão pública. Os sindicatos da Radio France e da France Télévisions se opõem à proposta de holding , que reúne a Radio France, a France Télévisions e a INA, sob o nome France Médias. A Ministra da Cultura, Rachida Dati, a apresentará à Assembleia Nacional nos dias 30 de junho e 1º de julho. Desde a última quinta-feira, os sindicalistas declararam greve por tempo indeterminado (com possibilidade de greve sem aviso prévio) e, nesta segunda-feira, cerca de trinta funcionários se reuniram na Place Masséna, em Nice.

"Risco para a independência"

O medo deles: uma espécie de retorno à ORTF (que até 1975 unia a televisão e a rádio públicas, fortemente dependentes do governo). "Defendemos o pluralismo. Quanto mais centralizamos, maior o risco para a independência. Tudo isso para economizar dinheiro", teme Coralie Becq, jornalista da France 3 Côte d'Azur e membro da União Nacional dos Jornalistas. "A França se tornaria uma ditadura audiovisual. Em 20 anos de profissão, nunca sofri qualquer pressão quanto ao tratamento das minhas reportagens. Essa é uma oportunidade que pode acabar em breve", preocupa-se Sébastien Germain, jornalista da Ici Azur e membro da CGT.

Os funcionários foram acompanhados por políticos e transeuntes, incluindo ouvintes e telespectadores.

Nenhum programa local

Na manhã desta segunda-feira, não houve programa matinal na Ici Azur, nem edição local ou notícias na France 3 Côte d'Azur. Nesta terça-feira, novamente não haverá programa matinal na rádio local. 67% dos jornalistas da Radio France estavam em greve. Juntamente com a France 3, eles planejam se mobilizar até que o projeto seja retirado.